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Foto do escritorPatrícia Claudine Hoffmann

Vórtice




"Acordei-me em saudade. Não sei o itinerário do sonho naquela noite. Nada mais me incomodava. Talvez tenha sonhado com girassóis, sem conhecê-los. Sabia apenas que eram flores exageradas, cresciam sem medo."


Bartolomeu Campos de Queirós



Parece que foi ontem,

a casa natural

enfeitada de pinturas

rupestres,

com cores minerais

e vegetação de restauros,

vindas na bagagem das

mônadas subliminares

de nossa habitação.


O primeiro batimento

cardíaco...

o fluxo, o susto,

o plexo solar

em movimento de estágios.


Nossa natação espontânea

desde as explosões

das supernovas: auras consteladas

do que haveríamos.


Nossos grãos de ritmo

em abertura de mundo,

nossos olhos de chegar....


Tântricos ciclos reciclados

de todos os elementos,

que ensaiamos

para o corpo,


de denso

para fora.


Parece que foi hoje,

a equipe de ensino

sobre o linguajar das flores

e das horas,

nossa etapa de pássaros...


as cavernas intuídas de sol e que demoramos de memória.


Porque o alfabeto quieto das pedras

tem outras maneiras

respiratórias de ser

em paz.


Nossa voz aquática inicial,

iniciática de ecos

velozes de além.


Os alecrins submersos

e evaporados em orvalhos do mar.


Parece que foi amanhã

de onde viemos.


Os agoras revisados

por nós mesmos,

antes.


A mentoria das chuvas

para espelhamento

de lágrimas...


o pensar acelerado apaziguando

no centro,

para o renovo um pouco nervoso ainda, de águias.


E a mesma criança

na varanda...

rodopia-nos de alcance


outra chance de voo,

com seu cata-vento

de lembrar.


Foto: Galáxia do Cata-vento. Telescópio Hubble.


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