"Acordei-me em saudade. Não sei o itinerário do sonho naquela noite. Nada mais me incomodava. Talvez tenha sonhado com girassóis, sem conhecê-los. Sabia apenas que eram flores exageradas, cresciam sem medo."
Bartolomeu Campos de Queirós
Parece que foi ontem,
a casa natural
enfeitada de pinturas
rupestres,
com cores minerais
e vegetação de restauros,
vindas na bagagem das
mônadas subliminares
de nossa habitação.
O primeiro batimento
cardíaco...
o fluxo, o susto,
o plexo solar
em movimento de estágios.
Nossa natação espontânea
desde as explosões
das supernovas: auras consteladas
do que haveríamos.
Nossos grãos de ritmo
em abertura de mundo,
nossos olhos de chegar....
Tântricos ciclos reciclados
de todos os elementos,
que ensaiamos
para o corpo,
de denso
para fora.
Parece que foi hoje,
a equipe de ensino
sobre o linguajar das flores
e das horas,
nossa etapa de pássaros...
as cavernas intuídas de sol e que demoramos de memória.
Porque o alfabeto quieto das pedras
tem outras maneiras
respiratórias de ser
em paz.
Nossa voz aquática inicial,
iniciática de ecos
velozes de além.
Os alecrins submersos
e evaporados em orvalhos do mar.
Parece que foi amanhã
de onde viemos.
Os agoras revisados
por nós mesmos,
antes.
A mentoria das chuvas
para espelhamento
de lágrimas...
o pensar acelerado apaziguando
no centro,
para o renovo um pouco nervoso ainda, de águias.
E a mesma criança
na varanda...
rodopia-nos de alcance
outra chance de voo,
com seu cata-vento
de lembrar.
Foto: Galáxia do Cata-vento. Telescópio Hubble.
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