Dia de contar sobre esse livro lindode tão vivo, que nos revive do que é extraordinário, do que é puro movimento de escrita. E pulsa e canta... Desde a dedicatória emociona.
E por incontido pressentimento da beleza que viria, levei minha leitura pelas mãos do coração para visitar esse livro-casa: "Oikospoética: A tecelagem literária de retorno ao lar", (Telucazu edições), da querida amiga Carol Bernardes, e agora a leitura quer ficar nele para sempre. Como se já o habitasse de alguma forma. Antes. Não é para menos. Quem não o habitaria para sempre?
Diante de uma escrita de gerar sensações inéditas, ainda que milenares, que nos acordam por dentro das linhagens no tempo e as religam pela alma da casa, da natureza, dos objetos, mitos, costumes, culturas, ("a casa é o Todo"), e a beleza é novíssima de profundidade por toda parte que a lemos, a reconciliar memórias. Inclusive futuras.
Cada cômodo dessa sublime habitação-escrita, é verdadeiro acolhimento ancestral a nos guiar de reconexões e múltiplos afetos, entre micro e macrocosmo.
Sua fala, através de uma escrita que vai além da primeira grandeza, inevitavelmente nos conduz ao lugar do sagrado enquanto revolução. Puro movimento. Nos conduz também ao campo do sonho , à emoção profunda que reverbera de sua narrativa, desde os ressoos que circundam nossa estadia nos planos do universo.
Por sua palavra-guia lírica, por sua poética alquímica, musical, filosófica, pelos oráculos que nos adivinham de existir a cada linha, página, fio ou faísca... somos anfitriadas e anfitriados por dentro da casa-ser.
Sentimos a respiração da morada, que é fôlego de beleza genuína... Sopro que propaga vivências. Ativa batimentos cardíacos em uníssono, como aqueles tambores nas rodas seculares em volta da fogueira, em plenitude de compreensão transmutadora das continuidades da vida em transição perene, renovada entre ciclos que dialogam, ensinam-se, se ressignificam e se revigoram de sabedoria na eternidade, em tantos e diferentes tribos ou condomínios de almas, corpos e mundos.
Um livro para também descansar o coração de tudo. E confiar no tecer de cada dia, de cada retorno.
Muito obrigada, Carol. Para sempre. 🙏🏾❤🔥🏡🙌🏾
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