Aos sábados
as casas também se casam.
Vão morar em si mesmas.
Depois têm suas casinhas
e formam pequenos condomínios.
Algumas adotam cômodos
pré-existentes e está tudo bem,
em qualquer dia da semana.
Com o tempo se reformam
desde as vigas da alma.
Se ajudam de azulejos...
As igrejas são suas avós
e preferem os domingos,
mesmo que na distância.
Algumas casas, as mais solteiras,
vivem nas soleiras inclusive quando chove.
Sempre se movem de sol
depois dessas horas.
Mas aos sábados,
aos sábados há uma expansão
no coração dos quintais
- ainda que interiores - ,
que não há casa que não se altere,
que não se mude pelas portas do mistério.
Na casa está a cura da casa.
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ps.: agradeço à querida Sonia Nogueira que resgatou este poema das lembranças. ❤️
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Ilustrações: Cathy Horvath Buchanan
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